quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Terminamos perturbados

Há algum tempo atrás ocorreu algo comigo que até hoje não sei explicar, mesmo porque se tornou um assunto tão perturbador que evito ate mencionar. Era mais ou menos no ano de 1997, meus pais haviam se mudado fazia pouco tempo de cidade, e eu como sempre já me acostumara com a rotina. Meu pai prestava serviços a uma imobiliária e como naquele ano o ramo da construção civil havia crescido em todo o estado ele podia se deslocar de cidade em cidade, para onde os negócios fossem mais promissores.
Nos mudamos para uma cidade pequena e lá nos estabilizamos, tudo corria bem, fiz várias amizades; em sua maioria na escola. Certa vez, eu e meus amigos do colégio fomos ate o cemitério da cidade, até hoje não lembro o porquê, apenas sei que não tínhamos nada para fazer e ficamos lá passando o tempo. O vento da tarde estava tão forte que parecia cantar em nossos ouvidos, curtimos um pouco o clima bom e quando já estávamos de saída um amigo nosso nos chamou para vermos algo. Fomos até onde ele estava e ele nos mostrou sobre uma sepultura uma caixa, quase do tamanho de uma caixa de sapatos, porem ao invés de ser retangular, esta era quadrada. A caixa estava coberta por um tecido preto meio sujo de areia do cemitério, parecia ter sido desenterrada. Meu amigo curioso pegou um galho e tentou abrir a tampa da caixa, não sei explicar mas só de olhar para aquilo, sentia um peso, uma pressão na boca do estômago, parecia um enjoou.
Lembro que ele já estava quase desistindo quando tampa da caixa saiu, foi quando vimos que dentro dela havia um coração(tempos depois soube ser de boi), coberto de agulhas e com algumas pimentas enfiadas. Na horas saímos correndo dali assustados, e voltamos cada um para sua casa imediatamente.
Cheguei em casa me sentindo muito mal, uma sensação que não sei explicar, passei uns dois dias assim, até que tudo cessou.

Tempos depois comecei a sentir uma irritação que surgia do nada, em um momento qualquer eu me irritava com as pessoas, mesmo sem motivos. As vezes recordava de coisas bobas que minha mãe fizera e discutia com ela sem motivo aparente. Falava palavrões a todo momento, me entristecia por coisa alguma. Durante a noite, só pensava em coisas negativas, tinha pesadelos com pessoas mortas, corpos mutilados. Foi quando que numa sexta-feira, comecei a ouvir uma voz, um pouco aguda, porem bem audível, de alguém me pedindo para eu ferir minha mãe. Naquele instante vi que era algo sério, e pedi ajuda dos meus pais. Meu pai imediatamente me levou a um amigo de uma cidade próxima. O mais estranho foi que eu nem conhecia o homem, mas só em vê-lo senti nojo e raiva dele. Sei que este homem conversou comigo, em seguida fez uma oração em minha cabeça, fiquei tonto por muitas vezes, suava frio, me sentia como que embriagado. Não lembro por quanto tempo durou aquela oração, apenas sei que depois daquilo parecia que eu tinha acordado de um pesadelo, senti-me tão leve, tão calmo, parecia que eu realmente havia tomado um remédio e me curado. Tempos depois soube que meu outro amigo sofreu também após aquele dia, mas este por sua vez buscou auxílio nos vícios e hoje não é mais uma boa pessoa, o terceiro não sei, pois algumas semanas depois ele mudou-se de cidade.

Escrito por: Germano Silva

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