Uma vez, já faz uns dez anos, eu arrumei um emprego que me prendia até as 10:40 da noite. Como eu moro em Betim, região metropolitana de BH, e o meu novo emprego era em BH, eu chegava em casa aproximadamente à 01:00 da manhã. Descia no centro da cidade e andava uns dez minutos até em casa.
Minha mãe, preocupada, me disse para passar a dormir na casa de minha avó, que era no centro e me polpava de andar de madrugada pelas ruas. Eu tinha 18 anos e ainda estudava de manhã, e a casa da minha avó era perto da minha escola. Sendo assim, passei a dormir lá...
Na primeira noite eu cheguei, minha tia havia deixado pão para mim em cima da geladeira. Eu comi pão e leite, liguei a televisão. Estava passando o programa do Serginho Groismann (não sei se é assim que se escreve) no SBT. Lembro-me que era o quadro que falava sobre sexo. Eu assisti, ainda mudei de canal algumas vezes, e finalmente fui me deitar. (Detalhe: nada de diferente passava pela minha cabeça, era uma noite normal pra mim, pois cresci naquela casa e lá era mais familiar para mim que a minha própria casa).
Cheguei no quarto onde eu iria dormir. A luz do poste lá fora, bem em frente a casa, iluminava o quarto todo. A noite estava quente, eu decidi dormir apenas com um lençol branco. Eu me sentei na cama, lembro de ter comentado sobre o colchão duríssimo. Peguei o travesseiro, ajeitei e me deitei.
No exato momento de ter colocado a cabeça no travesseiro e puxado o lençol para cobrir a minha cabeça, eu ouço um suspiro demorado e profundo. Como se alguém ao meu lado puxasse o ar com muita força (eu já estava com a cabeça coberta).
Eu parei deitado, imóvel! Se eu fosse um cachorro, as minhas orelhas tinham se levantado para ouvir melhor... eu estava atento a cada som... queria ter certeza de ter ouvido...
Quando comecei a ficar aliviado, ouvi, ainda do meu lado, um barulho como se alguém deixasse cair uma grande quantidade de areia no chão... como se fosse uma ampulheta. Fiquei mais imóvel! Prendi a respiração...
O que quer que fosse sentou-se aos pés da minha cama... de tal forma que as grades da cama estalaram com o peso!! "EU NÃO ACREDITO!!" Foi o que pensei.
Para piorar, o lençol nos meus pés foram puxados para cima, revelando os meus dedos. Eu, fingindo que estava dormindo, puxei de leve os meus dedos de volta para baixo do lençol. A coisa PUXOU DE VOLTA o lençol! Foi aí que comecei a rezar!
Eu disse a Deus que eu gostava do sobrenatural, e agradeci a Ele as coisas que pude ver e sentir na minha vida. Mas disse que ser assombrado daquela maneira eu não aguentava! Neste momento, a coisa se levantou (a grade rangeu de novo) o que quer que tenha sido, pareceu calçar um chinelo ao lado de minha cama e seguiu seu caminho até a cozinha, eu segui o som dos seus passos com o ouvido. E embora a vontade de descobrir a minha cabeça e olhar para ver o que era fosse grande, o medo de ver alguma coisa bizarra foi maior, e me manteve de cabeça coberta até o sol nascer algumas horas depois.
A porta do quarto estava trancada à chave. E o que andou até a cozinha precisou atravessá-la.
Escrito por: Jeferson
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