Assista o vídeo com o relato.
Esta história que eu vou contar aconteceu quando eu ainda
era adolescente e morava em Serra Talhada, no Sertão de Pernambuco.
Na época, eu tinha 17 anos e, como todo adolescente, gostava
de viajar e todos tínhamos vontade de passar um final de semana no balneário do
Caldas, que fica na cidade de Barbalha, localizada no sul daquele estado.
Fizemos então os preparativos para nossa aventura, porém
combinamos que não iríamos ficar em hotel, pois assim poderíamos aproveitar bem
as noites.
Ficaríamos num lugar que chamam de "O Cruzeiro",
onde durante o dia muitas pessoas costumam acampar.
Dizem que, à noite, o local se torna mal assombrado.
Tudo correu às mil maravilhas durante o dia. Nos divertimos
muito no balneário e, ao entardecer, fomos ao tal Cruzeiro passar a noite.
Éramos oito pessoas: quatro homens e quatro mulheres.
Levamos apenas uma barraca e vários colchonetes.
Fizemos uma fogueira e ficamos conversando besteira. A vista
era muito bonita de lá.
O céu estava limpo e a lua clareava bastante.
Até então havia corrido tudo bem, porém o resto de nossa
noite iria se transformar num pesadelo dos mais horríveis.
Mais tarde da noite começamos a ouvir um barulho que vinha
da mata próximo onde estávamos.
Pensamos em algum animal, mas com a fogueira acesa ele não
se aproximaria.
Tentamos ficar calmos para não assustar as meninas, mas
estávamos temerosos, pois nenhum de nós tinha trazido nenhuma espécie de arma,
e foi nesse momento que minha namorada deu um grito e todos se levantaram
assustados.
Ela disse ter visto um homem passando na mata.
Não tinha mais como manter a calma, estávamos realmente
apavorados.
Para voltar ao vilarejo onde ficava o balneário, teríamos
que atravessar a mata.
Então resolvemos que só voltaríamos quando amanhecesse.
Nesse momento começamos a ver vultos aparecerem da mata.
Um, depois outro, até formar um total de dez vultos.
Apontavam para nós e cochichavam palavras incompreensíveis.
De repente, se viraram e voltaram para a mata.
Pedimos para as meninas ficarem dentro da barraca enquanto
decidíamos o que fazer.
Resolvemos que dois de nós ficariam e dois iriam ver o que
estava acontecendo.
Foi um erro, não deveríamos nunca ter ido atrás daqueles
vultos.
Eu e outro colega pegamos um pedaço de pau e seguimos com
muito medo, mas não podíamos demonstrar.
Quando entramos na mata, comecei a sentir uma fadiga nas
pernas. Ouvia gritos e gemidos de desespero.
Notamos vultos passando rapidamente por entre os arbustos.
Perguntei quem estava lá, mas não tive resposta.
De repente, vozes vindo de todas as direções nos deixaram
confusos. Começamos a correr e nos perdemos um do outro.
Maior foi minha surpresa quando uma criança de mais ou menos
uns dez anos apareceu em minha frente e disse: “Por favor, nos ajude”.
A criança pegou na minha mão e me levou a um local próximo
onde estávamos. Sua mão era gelada.
Lá chegando, vi um caminhão virado e vários corpos no chão.
Fiquei sem saber o que fazer. Pedi a criança que aguardasse
que eu iria pedir ajuda.
Estranhamente ela se ofereceu para me levar ao acampamento.
Quando cheguei, contei a todos o que eu tinha visto e
decidimos pedir ajuda.
A criança tinha sumido e imaginamos que ela havia voltado
para o local do acidente.
Quando chegamos ao vilarejo, procuramos o posto policial e
contamos o que tinha acontecido.
O policial deu uma risada na nossa cara.
Não entendemos nada na hora, mas ele contou que há dez anos
atrás um caminhão carregando dez adultos e uma criança havia virado na estrada
e que ninguém sobreviveu.
Desde então, muitas pessoas têm visto coisas sobrenaturais
no lugar.
No outro dia, resolvemos ir até o local do acidente.
Lá encontramos onze cruzes e muitos restos de vela que foram
acesas em memória daquelas infelizes almas.
Então entendemos o que pôde ter acontecido, nós havíamos
sido visitados pelos fantasmas das vítimas daquele acidente na noite passada.
Não é preciso nem dizer que eu fiquei pálido e com os
cabelos em pé. No mesmo momento fomos embora daquele lugar.
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