quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Seres do Apocalipse.


Em uma gélida noite de Agosto, Ariosvaldo tranquilamente caminhava retornando para casa. Parou por um instante e só então percebeu que o céu possuía um brilho diferente, algo misterioso. Olhou para cima e ficou contente. A lua estava enorme e brilhava de maneira fascinante. Caminhou por mais alguns metros, naquela noite resolvera voltar caminhando. Não morava muito longe dali, e como havia ido ao aniversário de seu pai, resolveu então voltar um pouco mais tarde. Seu bairro não era muito movimentado, alias a cidade não era muito movimentada - lamentou ele;  lembrando-se que o único cinema que havia na cidade fechou, pois o movimento era mínimo.
Foi quando, que mesmo imerso em seus devaneios, Ariosvaldo começou a ouvir um som estranho, um barulho, semelhante ao de eletricidade, algo que lhe incomodou bastante, um som que mais parecia ao de um inseto gigante.
Olhou para cima novamente e percebeu que a lua estava ainda maior, quase que do tamanho de uma bola de futebol, foi neste momento que Ariosvaldo percebeu que aquilo não se tratava da lua e sim de algo misterioso que ele não saberia explicar.
Resolveu então acelerar os passos, lembrou-se das histórias que os antigos contavam a respeito de assombrações e coisas de outro mundo, foi então que percebeu que seus passos rápidos na verdade se tornaram verdadeiramente uma corrida, correu desesperado, sua casa que ate então parecia estar perto, agora nunca pareceu tão longe. Foi Quando notou ao olhar para cima que de nada estava adiantando sua corrida, o objeto parecia segui-lo sem nenhum esforço.  Assustado tentou correr mais rápido, foi quando um raio prateado o atingiu. Aquela era a sensação mais horrível que Ariosvaldo já havia sentido na vida, era como se aquela luz o paralisasse e o puxasse completamente, ele sentia uma pressão muito grande no estomago, quase como se um turbilhão de vento estivesse dentro de sua barriga.
Sentiu que seus pés saíram do chão; naquele momento foi sugado para próximo daquela luz e a medida que ia se aproximando do objeto, parecia que incrivelmente aquela forte luminosidade não lhe afetava os olhos, percebeu que quanto mais se aproximava daquilo ele ia entrando em outra realidade, como se estivesse a partir daquele momento indo para um outro espaço. Sentia-se louco, mas parecia que o tempo e o espaço iam se esvaindo.
Atravessou aquela luz e se viu em um lugar extremamente amplo, branco e que parecia infinito, lá apareceu um homem, de cabelos compridos e dourados e com olhos que não pareciam humanos, olhos grandes e que tinham uma cor semelhante ao verde, mas que ao mesmo tempo com a refração da luz pareciam vermelhos.
Aquele homem, ou aquele ser lhe olhou firmemente e lhe disse: - Enfim Merripen, voltaste para casa. É chegada a hora, breve teremos que voltar a este mundo e será com a ajuda de vocês híbridos que conseguiremos ter posse novamente da terra.


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Na manha seguinte, toda a comunidade saiu em busca de Ariosvaldo, mas só algumas pessoas o haviam visto, e todas foi no momento em que ele saíra da festa, ninguém sabia ao certo o que teria acontecido, ou onde estaria Ariosvaldo. A Polícia ate da capital, foi contatada para auxiliar nas buscas, mas de nada adiantou. Ariosvaldo simplesmente evaporara.
Sua mãe, que tinha apenas ele como filho chorou copiosamente por noites, ate que após seis anos, já quase conformada com a perda do filho, assistindo a tevê, viu um rapaz muito semelhante a Ariosvaldo, discutindo sobre a nova crise mundial e as possíveis soluções que seu partido na Rússia oferecia.
A mãe de Ariosvaldo teria certeza que era seu filho, se não fosse por seu olhar. Um olhar completamente obstinado e quase que assustador. -Com certeza não era Ariosvaldo... Pensou ela.
Ariosvaldo não era diabólico...

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